domingo, 23 de junho de 2013

Revolução de Outubro de 1917, a Revolução Bolchevique


Representação de Leon Trotsky, líder da Guarda Vermelha que tomou o Palácio de Inverno em outubro de 1917.*
A Revolução Russa de outubro de 1917 foi a consequência do acirramento dos conflitos sociais na Rússia e da incapacidade do Governo Provisório, instituído em fevereiro de 1917, em retirar o país da I Guerra Mundial, em distribuir terras aos camponeses e em acabar com a fome que assolava a população russa.
O Governo Provisório foi ocupado em sua maior parte do tempo por Kerenski, um quadro do partido menchevique, que teve que governar com a existência de um poder paralelo criado pelos operários russos. Os sovietes eram conselhos formados por trabalhadores, que haviam aparecido pela primeira vez em 1905 e representavam uma forma de democracia direta exercida pelos trabalhadores. Já em fevereiro de 1917, eles foram constituídos novamente. Os sovietes assumiam funções executivas e legislativas, sendo que os proprietários dos meios de produção estavam impedidos de participar. Os primeiros sovietes surgiram na cidade de Petrogrado, atual São Petersburgo, e sua existência em paralelo ao Governo Provisório, entre fevereiro e outubro de 1917, constituiu o período denominado de duplo poder, em que a burguesia e os latifundiários estavam representados no Governo Provisório e os trabalhadores nos sovietes.
Os trabalhadores também desenvolveram conselhos nas fábricas abandonadas pelos proprietários. Através desses conselhos, os trabalhadores passaram a gerir e a controlar a produção. Essas ações levaram os trabalhadores a desenvolverem a reivindicação da instituição do controle operário, com o objetivo do poder econômico ficar nas mãos dos trabalhadores.
Nos campos, os camponeses passaram a ocupar as terras dos latifundiários, principalmente após setembro de 1917, quando se aproximava o período de se iniciar as plantações de inverno. Apesar de estarem realizando a reforma agrária na prática, os camponeses pretendiam que todas as terras pertencentes à nobreza fossem distribuídas, ampliando esse processo.
A necessidade de distribuição de terras agravou-se quando uma grande quantidade de soldados voltou para os campos após as deserções em massa ocorridas nas frentes de batalhas da I Guerra Mundial. A fome e o frio aliados à inexistência de um motivo de estarem lutando levaram esses soldados a abandonar seus postos de combate.
Frente a toda essa situação, os bolcheviques passaram a apoiar todas essas reivindicações populares. Após a chegada de Lênin à Rússia, em abril de 1917, a hesitação do partido bolchevique em relação às estratégias a adotar no processo revolucionário foi superada. Com as palavras de ordem de “Todo Poder aos Sovietes” e “Pão, Terra e Paz”, os bolcheviques pretendiam alcançar o poder e resolver os problemas referentes à reforma agrária, ao controle operário, à fome e à saída da guerra.
Após os fracassos de golpe de Estado de alguns setores ligados à nobreza em agosto de 1917, os bolcheviques conseguiram ampliar seu apoio popular e chegaram à presidência do soviete de Petrogrado, o mais importante da Rússia. Na presidência, Trotsky conseguiu arregimentar grupos de operários e soldados desertores para formar uma milícia, que foi denominada de Guarda Vermelha.
Com a criação da Guarda Vermelha, os bolcheviques puderam se lançar à tomada do poder. Em 25 de outubro de 1917 (7 de novembro no calendário gregoriano), os bolcheviques conseguiram tomar de assalto o Palácio de Inverno, sede do governo, e vários outros departamentos públicos. Formaram um novo governo baseado nos sovietes e centralizado pelo Conselho dos Comissários do Povo. Teve início com este ato a Revolução Bolchevique.

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