Mercado de escravos
No Brasil colonial existiram diversos mercados de escravos que mantinham o rentável tráfico negreiro
Durante o século XVI, com o
desenvolvimento dos engenhos de açúcar no Brasil Colonial, os
portugueses se depararam com a necessidade de adquirir mão de obra para
trabalhar nesses engenhos. A partir de então, para suprir a necessidade
de mão de obra, a solução encontrada foi a implantação do trabalho
escravo. Os primeiros a serem escravizados foram os indígenas;
entretanto, os jesuítas (Companhia de Jesus) tinham como principal
objetivo a catequização e a proteção dos povos indígenas. Além disso,
foram criadas leis que coibiram a escravidão indígena.
Rapidamente, os portugueses tiveram que pensar em outra solução para
compensar a falta de mão de obra. A saída foi introduzir o trabalho
escravo negro africano no Brasil, por meio do tráfico negreiro
(atividade altamente lucrativa). Antes de implantá-lo no Brasil, os
portugueses já haviam utilizado o trabalho escravo africano nas ilhas da
Madeira, Açores e Cabo Verde.
Os escravos africanos foram trazidos ao Brasil nos tumbeiros (navios
negreiros). Quando chegavam ao território brasileiro, eram levados para o
mercado de escravos, onde eram negociados com os senhores proprietários
de engenhos.
No Brasil colonial, os principais mercados de escravos se encontravam
nas regiões litorâneas, principalmente na região nordeste e sudeste,
onde estavam os principais engenhos de açúcar. Nos mercados, os
compradores examinavam os escravos (nos documentos históricos não se
falava “escravos” e sim “peças”, portanto, examinavam as “peças”) como
se examinassem um objeto, uma mercadoria ou um animal.
As principais observações que os compradores queriam verificar nas
“peças” eram a rigidez dos músculos (por isso apalpavam os escravos).
Olhavam também os dentes, os olhos, os ouvidos e solicitavam que os
escravos saltassem e girassem para constatar suas condições de saúde.
Além dessas observações, os compradores examinavam as partes íntimas dos
escravos a fim de constatar alguma doença.
Geralmente, os preços dos escravos eram altos. O valor variava de
acordo com as condições físicas e de saúde de cada um, idade e sexo.
Quando os escravos eram comprados no mercado, eles acompanhavam seus
donos até a localidade que iriam trabalhar (nos engenhos, nas minas, nas
casas). Após a chegada ao local de trabalho, os escravos tinham seus
corpos marcados com ferro em brasa, para identificação dos seus
proprietários. Ou seja, eram marcados da mesma forma que os animais.
A escravidão negra no Brasil perdurou até 1888, quando foi decretada a abolição da escravatura.
Por Leandro Carvalho
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