domingo, 9 de junho de 2013

Pesquisa cataloga 165 espécies de plantas medicinais, em Roraima

Há pouco estudo fitossociológico sobre estas espécies, diz pesquisador.
Levantamento foi realizado no município de Caracaraí, sul do estado.

Marcelo Marques Do G1 RR

Bertholletia excelsa é uma das plantas medicinais encontradas durante o estudo (Foto: Tiago Condé)Bertholletia excelsa é uma das plantas medicinais
encontradas durante o estudo (Foto: Tiago Condé)
Plantas curativas para doenças do corpo e da alma foram catalogadas na pesquisa do professor mestre Tiago Monteiro Condé, do curso de Engenharia Florestal da Universidade Estadual de Roraima (UERR). No recolhimento de dados, que durou dois anos, foi feito o levantamento fitossociológico de espécies da flora do município de Caracaraí, sul do estado.
De acordo com o pesquisador, das 165 plantas registradas, algumas já são de uso conhecido na medicina alternativa. As espécies contêm químicas que ajudam a curar pessoas. Segundo ele, a rica composição da flora botânica foi encontrada sob o manejo florestal em Caracaraí.
"Quando me refiro à cura de doençasdo corpo e da alma é em razão de a substância da planta poder tratar o psíquico do doente, como a depressão", explica Condé.
Para o pesquisador, há ainda o desconhecimento em relação às espécies da região que compõem a flora botânica do sul de Roraima. "Há pouco levantamento fitossociológico sobre isso. Devemos conhecer esse potencial para podermos usar com sabedoria", diz.
Das 165 plantas estudadas, algumas estão catalogadas no herbário do Instituto de Pesquisa da Amazônia (Inpa). Segundo o pesquisador será necessário fazer um conferência para saber se há espécies novas. "Se fizéssemos um levantamento, possivelmente, encontraríamos plantas desconhecidas", afirma.
Virola calophylla está entre as espécies de plantas catalogadas (Foto: Tiago Condé)Virola calophylla está entre as espécies de plantas
catalogadas (Foto: Tiago Condé)
Condé ressaltou ainda, que vai buscar parcerias com o objetivo de colocar em prática estudos científicos das plantas colhidas em sua pesquisa.
"Junto com alguns professores vamos levar às espécies para laboratórios. Firmamos parcerias com a Universidade de São Paulo e o Instituto Butantan, para isolarmos algumas plantas, fazermos a pesquisa científica e apontarmos as curas".
De acordo com ele,  estudos assim são vitais, em razão das florestas estarem sofrendo modificações estruturais provenientes de desmatamentos, construções de vicinais ligadas a assentamentos de reforma agrária e extração de madeira sem critério.
O pesquisador antecipou que vai formalizar sua tese de doutorado na flora do Anauá, no município de Rorainópolis. O trabalho de coletas foi realizado em conjunto com o pesquisador doutor Helio Tonini, da Embrapa, em Roraima.

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