quinta-feira, 20 de junho de 2013


'O povo ainda reclama', diz prefeito de cidade que tem ônibus de graça

Transporte é gratuito para os 32 mil habitantes de Ivaiporã, norte do Paraná.
Na contramão de outras cidades, não houve registro de protestos.

Erick Gimenes e Fernando Castro Do G1 PR

Os oito ônibus que circulam na cidade não cobram passagens dos moradores (Foto: Prefeitura de Ivaiporã/Divulgação)Os oito ônibus que circulam na cidade não cobram passagens (Foto: Prefeitura de Ivaiporã/Divulgação)
Na pauta de diversos protestos espalhados pelo Brasil, o passe livre do transporte coletivo é realidade há 12 anos em Ivaiporã, no norte do Paraná. A administração do município de 32 mil habitantes banca integralmente o custo da tarifa das linhas urbanas, cujos ônibus realizam em torno de 20 viagens diárias. Mesmo com a gratuidade, há quem reclame do sistema, segundo o prefeito Luiz Carlos Gil.
"O atual sistema dá conta da demanda, mas nós recebemos diariamente pedidos como a abertura de novas linhas. Nós precisamos, sim, melhorar o sistema, a qualidade dos ônibus. Ainda que seja de graça, não pode atrasar, senão o povo ainda reclama", conta o prefeito.
São oito veículos que atendem a todas as linhas urbanas, ao custo anual de R$ 500 mil. De acordo com o prefeito, os gastos equivalem a 1% do orçamento do município, que é de R$ 50 milhões. “São cerca de cinco mil passageiros que utilizam o transporte. Como a cidade é pequena, e o pessoal vai almoçar em casa, acaba utilizando, em média, quatro vezes por dia”, calcula.
Para Luiz Carlos Gil, o exemplo de Ivaiporã poderia ser seguido por cidades com mais habitantes, mas ele ressalta que, mesmo em uma cidade pequena, os recursos têm que ser retirados de outros setores. “Você acaba deixando de fazer coisas em outras áreas. Poderia substituir máquinas, investir em outras coisas. Mas como quem utiliza o ônibus é a população mais carente, e a cidade já tem problemas de trânsito – se todas as pessoas fossem para o Centro de carro não teria lugar para estacionar -, então é justo”, argumenta.
Ainda não houve registro de protestos nas ruas da cidade.
Veículo na garagem
A assistente administrativa Cassiane Bellé, de 30 anos, mora a aproximadamente quatro quilômetros do local de trabalho e, mesmo tendo uma motocicleta, diz preferir utilizar o serviço gratuito de transporte público. “Eu estou muito satisfeita com o ônibus. É bem limpo, tem manutenção sempre e resolve o meu problema”, diz. “Consigo economizar bastante no fim do mês”, comemora a moradora.
Apesar da satisfação, Cassiane ressalta que o serviço poderia ser melhor. “Os ônibus ainda vêm muito lotados e passam apenas nos horários de pico. Melhorando isto, seria perfeito. Como é de graça, não dá nem para reclamar”, afirma.
Segundo o prefeito, no horário da tarde os veículos são disponibilizados para atividades como o transporte de alunos para parques, e programas ligados à terceira idade. “São horários em que não tem muita demanda”, justifica Gil.

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