terça-feira, 7 de maio de 2013

Santos Advogados da Igreja Católica

A Igreja Católica registra o nome de quatro brilhantes advogados que se tornaram santos:
·         Santo Ivo (nome completo é Yves Hélory de Kermartin);
·         Santo Afonso Maria de Ligori (fundador dos Padres Redentoristas);
·         São Fidelis (Padre Capuchinho); e
·         Santo André Avelino.
O primeiro, se entregou à defesa dos miseráveis e oprimidos contra os poderosos. Seu lema era: "jura-me que sua causa é justa e eu a defenderei gratuitamente". Durante sua canonização, foi declarado pelo papa Clemente VI (1291-1351) como patrono dos advogados e defensores. Os outros três, quando abraçaram a vocação religiosa, abandonaram o exercício da advocacia.
Santo Ivo

 (Minihy-Tréguier, 17 de Outubro de 1253 - 19 de Maio de 1303)

É o santo católico padroeiro dos advogados. Era frade franciscano. No dia 19 de maio, se comemora o seu dia.
É um dos mais populares santos da Bretanha. Pode-se dizer que toda a sua vida foi dedicada à prática da virtude da Justiça, como advogado e depois como sacerdote e juiz eclesiástico. Atendia gratuitamente aos pobres e desvalidos e dava-lhes orientação jurídica segura para que seus direitos fossem respeitados. Faleceu aos 50 anos, e já em vida gozava de fama de grande santidade. É padroeiro dos advogados e dos juízes.
Ivo, ou melhor, Yves Hélory de Kermartin, filho de um nobre, nasceu em 17 de outubro de 1253, no castelo da família, na Baixa Bretanha, França. Educado e orientado por sua mãe, muito religiosa, até a idade de catorze anos, recebeu uma sólida formação religiosa e cultural. Nessa ocasião, decidiu continuar os estudos em Paris, acompanhado de seu professor, João de Kernhoz.

Os próximos doze anos foram dedicados aos estudos de teologia e filosofia na escola de são Boaventura e de direito civil e canônico, cursados na cidade de Orleans, junto ao famoso jurista Peter de la Chapelle. Era muito respeitado no meio acadêmico, por sua aplicação nos estudos e devido à sua vida de piedade muito intensa. Dessa forma, atender o chamado do Senhor pelo sacerdócio seria apenas uma questão de tempo para Ivo.

Atuou como destacado advogado, tanto na corte civil quanto na corte eclesiástica. Aos vinte e sete anos, passou a trabalhar para o diaconato da diocese de Rennes, onde foi nomeado juiz eclesiástico. Pouco tempo depois, o bispo o convocou para trabalhar junto dele na mesma função, mas antes o consagrou sacerdote.

Ivo, aos poucos, se despojou de tudo para se conformar de maneira radical a Jesus Cristo, exortando os seus contemporâneos a fazerem o mesmo, por meio de uma existência diária feita de santidade, no caminho da verdade, da justiça, do respeito pelo direito e da solidariedade para com os mais pobres.

Seus conhecimentos legais estavam sempre à disposição dos seus paroquianos, defendendo a todos, ricos e pobres, com igual lisura. Foi o primeiro a instituir, na diocese, a justiça gratuita para os que não podiam pagá-la. A fama de juiz austero, que não se deixava corromper, correu rapidamente e Ivo se tornou o melhor mediador da França, sempre tentando os acordos fora das cortes para diminuir os custos legais para ambas as partes.

Essa sua dedicação na defesa dos fracos, inocentes, viúvas e pobres lhe conferiu o título de “advogado dos pobres”. Muitos foram os casos julgados por ele, registrados na jurisprudência, que mostraram bem seu modo de agir. Ficou constatado que, quando lhe eram denunciados roubos de carneiros, bois e cavalos, com a desculpa de impostos não pagos, Ivo ia pessoalmente aos castelos recuperar os animais. Famosa também era sua caridade.

Contam os devotos que ele tirava a roupa do corpo, mesmo no inverno, e ia distribuindo aos pobres e mendigos, indo para sua casa muitas vezes só com a camisa. Diz a tradição que, certa vez, deu sua cama a um mendigo que dormia na porta de uma casa e foi dormir onde dormia o mendigo.

Por tudo isso, sua saúde ficou comprometida. Em 1298, a doença se agravou e ele se retirou no seu castelo, o qual transformara num asilo para os mendigos e pobres ali tratados com conforto, respeito e fervor. Morreu em 19 de maio de 1303, aos cinqüenta anos de idade. O papa Clemente VI declarou-o santo 1347. Ele é o padroeiro da Bretanha, dos advogados, dos juízes e dos escrivães.
Santo Afonso Maria de Ligório 

(Marianella, Reino de Nápoles, 27 de Setembro de 1696 - Pagani, 1 de Agosto de 1787)
Foi jurisconsulto, teólogo moral e bispo italiano. De rara inteligência, recebeu em 1712 o doutorado em Direito Civil e Canônico. Não lhe faltaram temperamento e dons artísticos: poeta, músico, arquiteto, pintor.
Nascido Alfonso Maria de' Liguori, era o primogênito de uma família bastante numerosa, pertencente à nobreza napolitana. Recebeu uma esmerada educação em ciências humanas, línguas clássicas e modernas, pintura e música. Compôs um Dueto da Paixão, como também o cântico de Natal mais popular da Itália, Tu scendi dalle stelle, e numerosos outros hinos. Terminou os estudos universitários alcançando o doutorado nos direitos civil e canônico e começou a exercer a profissão de advogado. No ano 1723, depois de um longo processo de discernimento, abandonou a carreira jurídica e, não obstante a forte oposição do pai, começou os estudos eclesiásticos.
Foi ordenado presbítero a 21 de dezembro de 1726, aos 30 anos. Viveu seus primeiros anos de presbiterado com os sem-teto e os jovens marginalizados de Nápoles. Fundou as "Capelas da Tarde", que eram centros dirigidos pelos próprios jovens para a oração, proclamação da Palavra de Deus, atividades sociais, educação e vida comunitária. Na época da sua morte, havia 72 dessas capelas com mais de 10 mil participantes ativos.
No dia 9 de novembro de 1732, Afonso fundou a Congregação do Santíssimo Redentor, popularmente conhecida como Redentorista, para seguir o exemplo de Jesus Cristo anunciando a Boa Nova aos pobres e aos mais abandonados. Daí em diante, dedicou-se inteiramente a esta nova missão. Afonso escreveu diversas obras importantes para a Igreja sobre espiritualidade e teologia 111 obras, que tiveram 21.500 edições e foram traduzidas em 72 línguas. Mas, sua maior contribuição para a Igreja foi na área da reflexão teológica moral, com a sua Teologia Moral. Esta obra nasceu da experiência pastoral de Afonso, da sua habilidade em responder às questões práticas apresentadas pelos fiéis e do seu contato com os problemas do dia-a-dia. Combateu o estéril legalismo que estava sufocando a teologia e rejeitou o rigorismo estrito do seu tempo, produto da elite poderosa.
Em 1762, aos 66 anos foi ordenado bispo de Santa Ágata dos Godos. No dia 1º de agosto de 1787, morreu entre os seus no Convento de Pagani. Foi canonizado em 1831 pelo papa Gregório XVI e declarado Doutor da Igreja (1871) e Padroeiro dos Moralistas e Confessores (1950).
São Fidelis
Chamado no batismo Marco Rey, nasceu em Sigmaringa, na Alemanha, em 1577.
Estudou Direito em Friburgo e exerceu advocacia com tal amor à justiça que foi chamado o "advogado dos pobres". Era um cristão reto e piedoso, um advogado justo e cheio de caridade, assumindo sempre gratuitamente a defesa dos necessitados. Pode ser comparado, neste âmbito, a São Ivo da Bretanha, Santo Afonso Maria de Ligório e Santo André Avelino.
Aos 35 anos, para evitar os perigos morais que comportava a sua carreira, deixou as leis e decidiu seguir outra vocação. Disse alguém que ele teria deixado a sua profissão de advogado pelo medo que tinha de vir a cair em alguma daquelas injustiças que parecem inevitáveis nesta profissão.
Fez-se capuchinho em Friburgo onde tinha frequentado os estudos de Direito. Impôs-se a si mesmo viver em obediência, pobreza, humildade, com espírito de penitência, de austeridade e de sacrificada renúncia. Foi ordenado presbítero em 1612, tornando-se um grande pregador da Palavra de Deus.
Eleito Guardião do Convento de Weltkirchen, na Suiça, entregou-se fervorosamente ao apostolado num momento particularmente difícil da vida da Igreja.
No cantão suíço dos Grijões, verificou-se, naquela altura, a dolorosa separação que dividiu católicos e calvinistas, tendo degenerado numa sangrenta guerra política entre os Valijões e o Imperador da Áustria.
O Papa Bento XIV assim escreveu acerca do Santo:
"São Fiel exprimia a plenitude da sua caridade em confortar e ajudar o próximo, abraçava, com coração de pai, todos os aflitos, sustentava imensas multidões de pobres com esmolas que recolhia em toda a parte. Aliviava a solidão dos órfãos e das viúvas, procurando para todos eles a ajuda dos poderosos e dos príncipes. Ajudava, sem descanso, os encarcerados com todos os auxílios espirituais e corporais ao seu alcance, visitava com carinho e atenção os doentes, entretinha-os, reconciliava-os com Deus e preparava-os para enfrentarem a última batalha. Este homem, fiel no nome e na realidade, foi notável na defesa incansável da fé católica".
São Fiel alimentou sempre no seu coração o desejo de derramar o seu sangue pelo Senhor e foi ouvido por Deus. Enviado para a Suíça pela Congregação da Propaganda da Fé com o fim de orientar uma missão entre os hereges, sucedeu que as numerosas conversões ali verificadas lhe atraíram a ira e o ódio das autoridades que acabaram por interrompê-lo com disparos de espingarda numa das suas pregações em Seewis. A seguir, foi agredido fora da igreja em que pregara e depois ferido de morte. O seu corpo acabou por ser barbaramente esquartejado. Era o dia 24 de Abril de 1622. Tinha 45 anos. A sua morte impressionou até os seus mais acirrados inimigos e teve como fruto imediato a pacificação entre eles. Os acontecimentos que se seguiram imediatamente mostraram bem que o sacrifício de São Fiel não tinha sido em vão. É o protomártir da Sagrada Congregação da Propaganda da Fé. 
Santo André Avelino 
Nasceu em Castronuovo na Itália em 1521, cujos pais se chamavam Sr. João Avelino e Sra. Margarida Apella, teve um irmão chamado Nicolau Antônio.
Desde muito cedo se dedicou a Deus e a Igreja. Jovem qualitativo: bonito, dedicado, generoso, inteligente, saudável; sempre rodeado de mulheres, motivo pelo qual foi “tentado” e o que lhe causou sérios transtornos em sua vida vocacional.
Iniciou seus estudos com seu tio, padre César, que era pároco de sua aldeia, logo após foi para Senise prosseguir seus estudos e então cursou a Universidade de Nápoles formando-se em direito. Exerceu por pouco tempo suas atividades jurídicas e pediu ingresso aos Teatinos de Nápoles; já era, contudo, padre. Foi recebido na Casa de São Paulo Maior daquela cidade, no dia 30 de novembro, na festa de Santo André apóstolo, de quem era grande devoto; por isso mudou seu nome de batismo, que era Lanceloto, pelo nome de André, conforme o costume daquela época: mudar o nome ao ingressar no convento.
No ano de 1556, com 35 anos, fez seu noviciado, cujo mestre era João Marinoni (hoje beato), e professou os votos de pobreza, obediência e castidade no dia 25 de janeiro de 1558. Foi um interprete fiel do carisma Teatino. Escreveu várias obras de teologia, e milhares de cartas de direção espiritual, fora um grande confessor da época. Aos 88 anos, no dia 10 de novembro de 1608, faleceu na casa religiosa que pertencia à Igreja de São Paulo Maior na cidade de Nápoles.
Beatificado no ano de 1624 pelo papa Urbano VIII, canonizado por Clemente XI no ano 1712. Sua festa é celebrada em várias partes do mundo no dia 10 de novembro, devido à data de seu falecimento.

Nenhum comentário:

Postar um comentário