sábado, 18 de maio de 2013

Obesidade e gravidez: mitos e verdades

Por em 3.01.2012 as 18:00

Ironicamente, apesar das calorias, muitas mulheres obesas são deficientes em vitaminas importantes para a gravidez. Esse é um dos fatos que surgem quando o assunto é a relação entre obesidade e gravidez. Juntos, representam uma situação de desafio para a mulher e os médicos.
Os seguintes mitos e verdades salientam alguns tópicos esperados e outros surpreendentes, que devem ser levados em conta antes, durante e depois da gravidez.“Eu trato pacientes obesas todas as horas, e mesmo que as coisas não saiam exatamente como previstas, elas podem ter uma gravidez saudável”, afirma a médica e pesquisadora Loralei L. Thornburg, que se especializou nesse tipo de situação. “Mesmo que seja possível ter uma gravidez com qualquer peso, as mulheres precisam entender os desafios que ele coloca e serem parceiras no próprio cuidado, conversando com o médico sobre a melhor forma de aperfeiçoar sua saúde e a do bebê”.
E então: mito ou verdade?
Muitas mulheres obesas são deficientes em vitaminas
Verdade
40% são deficientes em ferro, 24% em ácido fólico e 4% em B12. Isso é preocupante porque certas vitaminas, como o ácido fólico, são muito importantes antes da concepção, reduzindo, por exemplo, os riscos de problemas cardíacos nos fetos. Outras vitaminas, como o cálcio e o ferro, são necessárias durante a gravidez para ajudar no crescimento dos bebês.
Thornburg afirma que a deficiência em vitaminas tem a ver com a qualidade da alimentação, e não a quantidade. Mulherem obesas tendem a não comer cereais, frutas e vegetais, e abusar de alimentos processados, que são ricos em calorias, mas pobres em valor nutricional.
“Como todo mundo, mulheres que estão considerando uma gravidez ou estão grávidas devem comer uma boa mistura de vegetais e frutas, proteínas magras e carboidratos de boa qualidade. Infelizmente, essas não são as opções de quem come com exagero”, aponta Thornburg. “As mulheres também precisam garantir que estão ingerindo vitaminas com ácido fólico antes e durante a gravidez”.
Pacientes obesas precisam ganhar pelo menos sete quilogramas na gravidez
Mito
Em 2009, o Instituto de Medicina americano revisou suas recomendações para ganho de peso gestacional em mulheres obesas, de “pelo menos sete” para “cinco a nove quilogramas”. De acordo com pesquisas passadas, mulheres obesas que ganham muito peso durante a gravidez têm um grande risco de complicações, incluindo nascimento prematuro, falha na indução de parto e bebês com baixo nível de glicose.
Se uma mulher começa a gravidez acima do peso ou obesa, não ganhar muitos quilos pode aumentar a chance de uma gravidez saudável. A chave, para Thornburg, é conversar com o médico sobre o peso adequado para a gravidez.
O risco de nascimento prematuro espontâneo é maior em mulheres obesas
Mito
Mulheres obesas têm mais chance de dar à luz crianças prematuras – por razões médicas, como diabetes maternal ou pressão sanguínea alta. Mas, paradoxalmente, o risco de prematuros espontâneos – quando a mulher entra em trabalho de parto por uma razão não conhecida – é 20% menor do que em mulheres não obesas. Não há explicação estável para isso, mas Thornburg afirma que a ideia dominante é que o fato é relacionado com mudanças hormonais em mulheres obesas, que talvez diminuam o rico desse tipo de parto.
Doenças respiratórias da obesidade – incluindo asma e apneia do sono – aumentam o risco de complicações durante a gravidez, como necessidade de cesariana e pressão sanguínea alta
Verdade

Mulheres obesas têm maior frequência de complicações respiratórias, e cerca de 30% passam por um aumento da asma durante a gravidez, um risco quase 150% maior do que nas não obesas. De acordo com Thornburg, complicações respiratórias representam apenas um pedaço do quebra-cabeça que é a falta de saúde na obesidade, que aumenta a chance de problemas na gravidez. Ela salienta a importância de manter a asma e outros problemas respiratórios sob controle antes de ficar grávida.
Níveis de amamentação são grandes entre mulheres obesas
Mito
Os níveis de amamentação são pobres entre as obesas, com apenas 80% iniciando amamentação e menos de 50% continuando por mais de seis meses, mesmo ela sendo associada com redução de peso pós-parto. A amamentação também deve ser encorajada pelos benefícios à mãe e ao bebê.
Thornburg comenta que pode ser complicado para uma mãe obesa amamentar. Geralmente demora mais para o leite chegar e elas podem ter uma produção menor (o tamanho do peito não tem nada a ver com a quantidade de leite produzida).
Nascimentos prematuros podem resultar em separações maiores entre a mãe e o bebê. Isso, em conjunto com o nível maior de complicações maternais e cesarianas – mais de 50% em alguns estudos – pode tornar difícil a amamentação.
“Por causa desses desafios, as mães precisam ser educadas, motivadas e trabalhar com seus médicos, enfermeiras e profissionais, para dar o melhor de si na amamentação. Mesmo que você possa amamentar apenas parcialmente, ainda é melhor do que nada”, diz.[ScienceDaily]

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