sexta-feira, 31 de maio de 2013

30/05/2013 10h23 - Atualizado em 30/05/2013 11h47

Pílula não prejudica fertilidade e pode ainda prevenir problemas de saúde

Remédio tomado por muitos anos não atrapalha que a mulher engravide.
Uso da pílula pode evitar endometriose, câncer de ovário e câncer de útero.


Quando a pílula anticoncepcional foi lançada nos anos 60, mudou o mundo. Ainda hoje, ela muda a vida da mulher, que consegue planejar a chegada de um filho e evitar uma gravidez indesejada.
Se usadas corretamente, todas as pílulas têm a mesma eficácia e a taxa de falha é menor do que 1% - porém, em caso de esquecimento, atraso da medicação e uso de outros remédios que podem interferir na ação dos anticoncepcionais, essa taxa pode aumentar, como explicou o ginecologista Paulo Margarido No Bem Estar desta quinta-feira (30).
Em relação à fertilidade, muitas pessoas acreditam que o uso contínuo do remédio prejudica a gravidez no futuro.
Porém, como explicou o ginecologista José Bento, isso acontece porque, geralmente, a mulher começa a tomar pílula aos 18 anos, quando a fertilidade está no auge, e para com 35 anos, quando os óvulos já estão mais velhos. Por isso, a dificuldade para engravidar não é culpa do anticoncepcional, mas sim da idade.
Além disso, não há nenhum estudo que comprove que o organismo precise de uma pausa do uso da pílula – utilizá-la continuamente pode, além de evitar uma gravidez indesejada, prevenir cistos e câncer no ovário, endometriose, pólipos e câncer no endométrio, miomas no útero, cólicas, dor de cabeça, TPM e até espinhas. No entanto, ela não protege a mulher de doenças sexualmente transmissíveis e, por isso, é recomendado sempre o uso associado da camisinha na relação sexual.
Bem Estar - Infográfico sobre pílula anticoncepcional (Foto: Arte/G1)
É importante saber ainda que existem dezenas de pílulas diferentes e, por isso, é importante tomá-la sempre com orientação de um ginecologista, que vai prescrever a melhor dosagem, o melhor hormônio e ainda avaliar se há contraindicações no caso de cada paciente.
As mais usadas são as combinadas de estrogênio e progesterona porque são as que menos dão efeitos colaterais e as que melhor controlam o ciclo menstrual, como mostrou a reportagem da Marina Araújo (veja no vídeo acima).
No entanto, existem restrições. Segundo o ginecologista João Paulo Mancusi, uma paciente que está amamentando, por exemplo, não pode usar a pílula combinada porque o estrogênio pode passar através do leite, ou seja, ela deve usar apenas a pílula com progesterona. O mesmo vale para mulheres mais velhas, ou com fatores de risco, como obesidade, tabagismo, sedentarismo e também diabetes.
Há também o risco de efeitos colaterais, assim como com qualquer medicamento. Os mais comuns são queda de cabelo, acne, náuseas, celulite, aumento das mamas e quadril, inchaço e retenção de líquido, perda de libido e o mais preocupante, que é a trombose. Nessa última situação, o médico deve investigar se a paciente tem parentes de primeiro grau na família que tiveram a doença e, se for o caso, evitar a pílula com estrogênio.
No caso da perda de libido, o ginecologista José Bento explicou que não é toda mulher que tem isso, já que a libido é multifatorial, ou seja, o componente emocional influencia bastante. No caso da retenção de líquido, algumas pacientes acham que ganharam peso por causa do anticoncepcional, mas é a impressão causada pelo inchaço.
De qualquer maneira, ela pode, sim, engordar também por causa das mudanças no apetite e vontade de comer doce, por exemplo.
Em alguns casos, as mulheres geralmente sentem mais desconfortos quando trocam de remédio. A repórter Michelle Barros ouviu depoimentos de várias mulheres na faixa dos 40 anos de idade que sentiram enjoo, tontura e também dor de cabeça ao mudarem de pílula – por isso, muitas delas abandonaram esse método e colocaram o DIU

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