sexta-feira, 17 de maio de 2013


O desenvolvimento marítimo na Idade Média


Descobrimentos, Thomas Kostecki
No fim da Idade Média, surgiu lentamente uma aristocracia comercial possuidora de vastos capitais empregados em poderosas casas na Itália. Ao mesmo tempo, o sistema feudal dava lugar à monarquia, substituindo, assim, a antiga força dos senhores feudais pela centralização do poder nas mãos do rei. Essas transformações, juntamente com o desenvolvimento marítimo na Idade Média, praticamente determinaram o curso de um novo período da história econômica e social da Europa.
Nesse contexto, Portugal e Espanha contavam com o interesse dos comerciantes que já mantinham relação comercial com o Oriente. Sem o apoio dos grandes comerciantes ficaria impossível para qualquer cidade da Europa a viabilização de tal projeto. Assim, os comerciantes financiaram grande parte dos corajosos planos de navegação após a tomada de Constantinopla pelos turcos, em 1453.
Após a queda de Constantinopla, as sedas, as porcelanas chinesas, os tapetes da Pérsia, as pedras preciosas, o marfim, os perfumes e as especiarias da Índia passaram para as mãos dos comerciantes das regiões muçulmanas que aumentaram assustadoramente os preços dos produtos e interromperam as relações diretas entre o Extremo Oriente e o Ocidente.
A Alexandria se tornou um grande mercado internacional e era nessa cidade egípcia que os comerciantes genoveses e venezianos se abasteciam. O caminho do Mediterrâneo continuou, mesmo após a queda de Constantinopla, como uma grande via de intercâmbio comercial, enriquecendo os genoveses, venezianos e os muçulmanos.
Assim, os olhos europeus se voltaram para o Oceano Atlântico. Alguns navegantes e cartógrafos da época acreditavam ser possível atingir diretamente as ricas fontes do comércio oriental, através desse misterioso oceano. As nações mais indicadas para explorá-lo eram naturalmente as nações atlânticas (entre elas, Portugal, que estava bem situado geograficamente, além de já possuir, em suas costas marítimas, postos de escala para os navios que chegavam do Mediterrâneo e das regiões do Norte).
Os genoveses e venezianos, que eram hábeis navegantes, desconheciam a imensidão dos mares, assim como as diversas condições das navegações atlânticas. Suas embarcações eram apropriadas para navegar no Mediterrâneo e não eram nada adequadas para o grande Atlântico. Nesse período, as nações empreendedoras contaram com as inovações tecnológicas como a bússola, o astrolábio, mapas geográficos ricos em descrições e as caravelas.

Por Lilian Maria Martins de Aguiar

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