René
Descartes (latinizado como Renatus Cartesius)
(1596 - 1650)
Advogado, filósofo, matemático (algebrista e geômetra
por excelência) e físico francês nascido em Touraine,
La Haye-Descartes, criador da doutrina do cartesianismo e considerado
um dos fundadores da filosofia moderna e o pai da geometria analítica.
Filho de advogado, estudou com Mercennes em La Flêche, um colégio
jesuíta, onde adquiriu ampla formação filosófica
e matemática, e formou-se em direito pela Universidade de Poitiers
(1616). Militar por períodos distintos assessorando Maurício
de Nassau (1618), depois o Duque Maximiliano I da Baviera
(1619) e, mais tarde, o exército francês, para finalmente
dedicar-se a matemática e filosofia, onde fundou o cartesianismo,
doutrina caracterizada pelo racionalismo, pela consideração
do problema do método como garantia da obtenção da
verdade, e pelo dualismo metafísico, tornando-se o pai
da filosofia moderna. Instalando-se em Paris (1625), rompeu com a filosofia
aristotélica adotada nas academias, pois acreditava que o universo
era um vórtice de matéria em violento e contínuo movimento,
baseado nas teorias de Copérnico, tornando-se defensor do
método lógico e racional para construir o pensamento científico
e um dos principais precursores dos iluministas. Em busca de um ambiente
mais propício ao estudo, mudou-se para a Holanda (1628), onde produziu
sua obra mais importante, o célebre tratado Discours de la méthode
pour bien conduire sa raison et chercher la verité dans les sciences
(1637), enunciando seu programa de pesquisa filosófica, no qual
recomendava que as ciências físicas adotassem o mesmo método
dedutivo usado pelos geômetras para demonstrar seus teoremas: partir
das verdades mais simples e evidentes e encadeá-las logicamente
até alcançar raciocínios mais complexos. Para ilustrar
seu método, incluiu no Discours três apêndices
científicos: Dioptrique (Dióptrica), Météores
(Meteoros) e Geométrie (Geometria). O terceiro deles, com 106 páginas,
A geometria, foi a obra que revolucionou a matemática e abriu
caminho para todo o avanço das ciências experimentais nos
séculos XVII e XVIII. Tratava de geometria analítica que
deu origem a um novo ramo da matemática, a análise.
Contemporâneo de Kepler e Galileu, unificou a aritmética,
a álgebra e a geometria, e criou a geometria analítica: um
método que permitia representar os números de uma equação
como pontos em um gráfico, as equações algébricas
como formas geométricas e as formas geométricas como equações.
A importância de sua contribuição científica
foi relacionar as grandezas comprimento, largura e altura com movimento
e tempo, ou seja, mostrando matematicamente que tudo é dimensional,
criando o sistema de coordenadas cartesianas que relaciona todas
estas grandezas. Na física publicou a lei da refração,
que teria sido descoberta anteriormente pelo holandês Snell
(1626), mas que não a tinha divulgado. Ao saber da condenação
de Galileu, de cujas idéias compartilhava, sustou a publicação
do Traité du monde, contudo, partes dessa obra apareceram
depois (1641). A publicação de Meditationes de prima philosophia
(1641) encontraram franca oposição nos meios holandeses e seus livros
foram proibidos pela igreja. Esses acontecimentos aliados a saúde
frágil, o levaram a pensar em voltar para a França, porém,
o convite que recebeu da rainha Cristina da Suécia o
fez mudar para aquele país (1649), onde morreu de pneumonia no ano
seguinte, em Estocolmo, provavelmente não resistindo ao frio do
inverno local. É considerado o filósofo que individualmente
mais contribuiu para o progresso das ciências exatas.
Figura copiada do site TURNBULL
WWW SERVER:
http://www-history.mcs.st-andrews.ac.uk/
Nenhum comentário:
Postar um comentário