sábado, 30 de março de 2013

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Publicado em March 21st, 2013 | por Mari Rocha
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A origem do Zero




 “O ponto principal é o fato de o zero ser e não ser. Ao mesmo tempo indicar o nada e trazer embutido em si algum conteúdo” – Walter Maciel, professor da Universidade de São Paulo.
Tá aí um número que faz toda a diferença, só que não. O número zero não surgiu para ser contado e sim como um fator posicional da numeração, para distinguir por exemplo o 40 do 401.
Cuma?
O zero surgiu como uma definição para o nada, o vazio, nulo. Há contradições se o conceito de “vazio” começou na Índia ou se foi pra lá depois de uma ajudinha dos babilônios.
Por volta de 2.500 a.C., os babilônios criaram o “sistema de numeração posicional”, que traduzindo significa que você sabe o valor que aquele algarismo representa pela posição que ele está. É igual na escola quando você precisava colocar os números nas casas de unidade, dezena, centena e milhar. Inicialmente, eles deixavam um espaço vazio no lugar que depois foi do zero, por exemplo, o número 503 eles escreviam 5 3. Depois de algumas confusões nos cálculos feitos, os babilônios resolveram representar o “espaço vazio” com algum símbolo – o dobro das cunhas em ângulo.
Os Maias também definiram a representação do vazio em suas contas como uma elipse fechada que lembrava um olho. Os gregos não aceitavam a ideia de vazio, eles achavam antiestético, que o vazio era um fator de desordem e não se encaixava em um mundo organizado. Os chineses representavam o zero com o caractere “ling”, que significava “aquilo que ficou para trás”. Quando os árabes chegaram com o conceito do zero na Europa, sofreu uma resistência muito grande, para eles o nada estava ligado ao 666.
Mais tarde, um astrônomo hindu representou o zero como um ponto debaixo dos números em suas contas, ele desenvolveu também operações matemáticas, subtração e adição dos números naturais para se chegar no zero e aí foi a primeira vez que o zero saiu de sistema posicional para um número natural. Um matemático persa sugeriu que um pequeno círculo devesse ser usado em cálculos se nenhum número aparecer na casa das dezenas.
Zero vem de…
No dicionário sânscrito o termo indiano para zero é um adjetivo: shúnya, que significa vazio, deserto, estéril. Aplica-se a uma pessoa solitária, sem amigos; um sentimento de ausência, a falta de algo, uma ação sem resultados. Como substantivo, shúnya refere-se ao nada, ao vácuo, à inexistência. Os árabes levaram para a Europa a ideia de vazio, nulo, não-existente, e difundiram o termo shúnya – que em árabe se tornou shifr e foi latinizado para zephirum, depois zéfiro, zefro e, por fim, zero.
Então, se alguém te chamar de “zero a esquerda” pode não ser tão ruim assim…

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