Rendimento dos alunos de matemática piora entre o 5º e o 9º ano
- Publicado em Segunda, 01 Abril 2013 11:48
O percentual de estudantes com rendimento adequado em matemática na rede pública do país cai ao longo dos anos do ensino fundamental, mostra estudo que comparou a evolução de alunos entre 2007 e 2011.
A
constatação é de levantamento inédito da ONG Todos pela Educação, que
detalha a evolução do rendimento dos alunos de escolas públicas do país
na Prova Brasil, exame do governo federal.
O
percentual de estudantes com rendimento adequado na disciplina de uma
turma caiu de 22% no quinto ano, em 2007, para 12%, quando ela chegou ao
último, em 2011.
Ou
seja, 88% deles não sabiam calcular porcentagens ou a área de uma
figura plana ou mesmo ler informações em um gráfico de colunas. E levam
essa defasagem para os ensinos médio e superior.
Em língua portuguesa, o recuo entre as séries não foi tão intenso (26% para 23%).
Editoria de arte/Folhapress | ||
Uma
das explicações mais citadas por especialistas é a falta de professores
na área. É na etapa final do fundamental que os alunos passam a ter
aulas com docentes especialistas nas matérias.
"Um
jovem com habilidade em matemática pode ter salários mais altos se for
para engenharia, para bancos. Poucos querem lecionar", disse o professor
Rogério Osvaldo Chaparin, do Centro de Aperfeiçoamento do Ensino da
Matemática, da USP.
No último levantamento federal, matemática apareceu como a área de maior deficit de professores (65 mil).
Igor
Willian, 17, ficou quase 2010 inteiro sem docente da disciplina, na
zona leste da capital. "Até hoje tenho dificuldade com matemática,
física e química, porque fiquei aquele ano no pátio."
Ele
recorreu ao Henfil, cursinho popular, para diminuir a defasagem.
"Gostaria de fazer engenharia civil, mas tenho medo dos cálculos."
Para
a gerente da área técnica do Todos pela Educação, Alejandra Meraz
Velasco, há dificuldades adicionais nos anos finais do fundamental.
Uma
delas é que os alunos são divididos entre municípios e Estados. "O
final do fundamental fica num limbo, quase sem políticas para melhoria. E
em matemática o problema fica mais evidente, porque há uma sequência
difícil de recuperar depois", diz.
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