quarta-feira, 17 de abril de 2013

Provas de Concursos e do Vestibular
 
(06/Abr) Professor de Filosofia - Seropédica - RJ - AOCP - 2013
 
QUESTÃO 21
Leia o texto e responda à pergunta a seguir.
"Muitas têm sido as explicações das causas históricas para a origem da filosofia na Jônia. Alguns consideram que as navegações e as transformações técnicas tiveram o poder de desencantar o mundo e forçar o surgimento de explicações racionais sobre a realidade. Outros enfatizam a invenção do calendário (tempo abstrato), da moeda (signo abstrato para a ação de troca) e da escrita alfabética (transcrição abstrata da palavra e do pensamento), que teriam propiciado o desenvolvimento da capacidade de abstração dos gregos, abrindo caminho para a filosofia. Sem dúvida, esses fatores foram importantes e não podem ser desconsiderados e minimizados, mas não foram os principais" (CHAUÍ, M. Introdução à história da filosofia - dos pré-socráticos a Aristóteles. São Paulo: Brasiliense, 1994 - p. 35).
A principal determinação histórica para o nascimento da filosofia é
(A) política: o nascimento, simultâneo a ela, da Cidade-Estado, isto é, da polis, pois, com esta, desaparece a figura que foi a do antecessor do filósofo, o Mestre da Verdade (o poeta, o adivinho e o rei-da-justiça).
(B) ética: na Grécia arcaica a palavra verdadeira ou alétheia nasce simultaneamente à filosofia, pois é esta palavra eficaz que dá origem ao logos em oposição à dóxa.
(C) mitológica: o nascimento, simultâneo a ela, do oráculo de Delfos, marcando, de forma decisiva, a vinculação entre a filosofia e mitologia.
(D) épica: o nascimento, simultâneo a ela, de uma nova classe de homens, aqueles que têm direito à palavra, os guerreiros; no entanto, não se trata mais daquela palavra religiosa, solitária e unilateral, própria dos iniciados, mas sim da palavra compartilhada, dita em público, de maneira leiga e humana.
(E) teórica: a filosofia nasce da contemplação desinteressada, ela é simultânea ao nascimento da ontologia ou metafísica, isto é, à pretensão do logos em atingir o universal (o Ser).

QUESTÃO 22
Sobre as teses contrárias a respeito da origem da filosofia, assinale a alternativa INCORRETA.
(A) A tese orientalista ganhará força durante a Renascença, quando os filósofos ligados a correntes místicas e ocultistas afirmarem a origem egípcia de todos os saberes e de todas as práticas, baseando tal afirmação no fato de Platão haver considerado os gregos crianças, se comparada a sabedoria deles com a dos antigos sacerdotes egípcios.
(B) Com a expressão "milagre grego" afirma-se o caráter absolutamente autóctone e original da filosofia como um feito exclusivo dos gregos. Milagre, porque nada nas culturas vizinhas se assemelha a ele. Essa opinião, que se inicia com os classicistas do final do século XVIII, como Goethe, e prossegue com os românticos (é deles o conceito de "gênio ou peculiaridade de um povo), cristaliza-se no século XIX, e chega aos nossos dias com o filósofo Martim Heidegger, para o qual "a filosofia fala grego."
(C) Quando lemos os poemas de Homero e Hesíodo percebemos nitidamente os principais aspectos que anunciam as diferenças entre o pensamento grego e o oriental: exaltação à polis e aos mitos de origem. A epopeia de Homero e a teogonia de Hesíodo, ao mostrarem a cosmogonia como um processo de geração dos seres vivos, ressaltam a enorme distância entre deuses e homens.
(D) O primeiro "historiador" da filosofia de que se tem notícia, Diógenes de Laércio (na verdade, o primeiro doxógrafo, isto é, o que reuniu e publicou as opiniões dos filósofos antigos) pode ser considerado o principal responsável pela oposição "milagre grego" e "origem oriental" da filosofia. Diógenes afirma a absoluta originalidade grega da filosofia, indo mais longe ao atribuir aos gregos a origem de toda a humanidade. Para um grego, os homens dividem-se em dois grandes gêneros: eles, os bárbaros, e nós, os humanos. Destes, afirma Diógenes, os gregos são os ancestrais.
(E) Na verdade a opinião "orientalista" desenvolveu-se em dois momentos distintos: no primeiro, durante a Grécia clássica, filósofos como Platão e Aristóteles, reconheceram a dívida intelectual dos gregos para com os "bárbaros" (isto é, o Oriente); no segundo, durante o helenismo, quando a ideia de uma diferença entre os gregos e os "outros" tendeu a desaparecer. A predominância da tese orientalista aumentou significativamente com os contatos entre a filosofia helenista e pensadores judaicos e os primeiros padres cristãos intelectualizados, para os quais a ideia de continuidade entre Oriente e Ocidente era fonte de legitimação e de prestígio para o seu próprio pensamento.

QUESTÃO 23
Assinale a alternativa INCORRETA.
(A) Diferentemente de Voltaire e Diderot, Rousseau (1712-1778) viveu o pleno Iluminismo. Suas ideias repercutem a crença nos poderes da razão: pela razão, os homens conquistam a liberdade e a felicidade social e política. Por acreditar que a felicidade social pudesse ser resolvida com a legitimação do poder fundado no contrato social, foi erroneamente considerado precursor do romantismo.
(B) Montesquieu (1689-1755) teve formação iluminista, mostrando-se um crítico severo e irônico da monarquia absoluta decadente, bem como do clero. Desenvolve uma alentada teoria do governo que alimenta as ideias do constitucionalismo, pelo qual se busca distribuir a autoridade por meios legais, de modo a evitar o arbítrio e a violência.
(C) Segundo Kant (1724-1804), um dos mais notáveis representantes da Aufklärung alemã, o homem iluminista atingiu a maioridade e, como dono de si mesmo, confia na sua capacidade racional e recusa qualquer autoridade arbitrária.
(D) Hume (1711-1776) está entre os pensadores do período Iluminista. Levando mais adiante o empirismo de Bacon e Locke, parte do princípio de que só os fenômenos são observáveis e de que o mecanismo íntimo do real não é passível de experiência, afirma que as relações são exteriores aos seus termos, ou seja, se não são observáveis, não podem pertencer aos objetos. As relações são apenas modos, passagens externas que nos permitem associar os termos a partir dos princípios de causalidade, semelhança e contiguidade.
(E) Schelling (1775-1854) é uma das figuras representativas do romantismo alemão (embora seja considerado por muitos um representante da Ilustração), revelando, em sua obra, um senso vivo de beleza e de arte. Sua concepção a respeito do absoluto, unidade da natureza e do espírito, que se revela na história, na arte e na religião, exerceu profunda influência na estética, especialmente na estética hegeliana.

QUESTÃO 24
O Iluminismo afirma
(A) a "imitação dos antigos".
(B) o surgimento do sujeito do conhecimento, isto é, a filosofia começa pela reflexão (a volta do pensamento sobre si).
(C) que a razão é capaz de evolução e progresso, e o homem é um ser perfectível.
(D) a não diferenciação entre natureza e civilização.
(E) a confiança plena e total no saber científico e na tecnologia para dominar e controlar a natureza.

QUESTÃO 25
Assinale a alternativa INCORRETA.
(A) Para Comte, a história é pensada como a sucessão ordenada que vemos na lei dos três estados, e a sociedade é pensada como uma totalidade orgânica dividida em segmentos ou classes que se relacionam de maneira estática, suscetível de ser apreendida pela sociologia, que Comte concebe como uma física social.
(B) Comte vê a metafísica como algo completamente exterior ao progresso, na medida em que nela as questões se repetem numa eterna insolubilidade, os medievais repetindo os gregos e os modernos, por sua vez, reproduzindo os problemas e as soluções aventadas ao longo dos séculos.
(C) A filosofia positiva de Comte se coloca como uma tomada de posição consciente do papel da reflexão numa época em que se consuma a independência teórica dos diversos ramos do saber, processo que tem sua origem longínqua no século XVII.
(D) A filosofia de Comte pode ser considerada como uma reação conservadora à revolução francesa (1789). Colocando-se no caminho contrarrevolucionário quer participar da reconstrução, instituindo a ordem de maneira soberana. E é essa ideia de ordem que domina seu trabalho de sistematização da filosofia.
(E) No positivismo de Comte, a lógica, a moral, a política e o conhecimento são esferas separadas. Por isso, a divisão das ciências e a organização do saber devem ser entendidas como instâncias separadas do estatuto e do papel social do cientista.

QUESTÃO 26
Informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma a seguir e assinale a alternativa com a sequência correta.
( ) Marx afirmava que os valores da moral vigente - liberdade, felicidade, racionalidade, respeito à subjetividade e à humanidade de cada um, etc. - eram hipócritas não em si mesmos (como julgava Nietzsche), mas porque eram irrealizáveis e impossíveis numa sociedade violenta como a nossa, baseada na exploração do trabalho, na desigualdade social e econômica, na exclusão de uma parte da sociedade dos direitos políticos e culturais.
( ) Para Nietzsche, a moral racionalista, ou dos fracos e ressentidos que temem a vida, o corpo, o desejo e as paixões, é a moral dos escravos, dos que renunciam à verdadeira liberdade ética. São exemplos dessa moral de escravos: a ética socrática, a moral kantiana, a moral judaico cristã, a ética da utopia socialista, a ética democrática.
( ) Longe de desvalorizar a teoria do conhecimento, a psicanálise exige do pensamento que não faça concessões às ideias estabelecidas, à moral vigente, aos preconceitos e às opiniões de nossa sociedade, mas que os enfrente em nome da própria razão e do pensamento.
( ) Em lugar de invalidar a razão, a reflexão, o pensamento e a busca da verdade, as descobertas científicas do inconsciente e da ideologia fizeram o sujeito do conhecimento conhecer as condições - psíquicas, sociais, históricas - nas quais o conhecimento e o pensamento se realizam.
(A) V - F - F - V.
(B) V - F - V - V.
(C) F - V - V - F.
(D) V - V - V - V.
(E) F - V - V - V.

QUESTÃO 27
Assinale a alternativa correta.
(A) Embora a arte, como fruto de atitudes essencialmente humanas, tenha a sua origem tão afastada no tempo, talvez tão antiga quanto a própria origem da linguagem e do homem, é somente a partir do Iluminismo, no século XVII, que se pode falar de uma história da arte no mundo ocidental.
(B) A primeira e mais antiga relação entre Arte e Natureza, proposta pela Filosofia, foi o simbolismo: "a arte simboliza a natureza", escreve Aristóteles.
(C) A noção de estética, quando formulada e desenvolvida no Renascimento, pressupunha que a arte é produto da sensibilidade do artista e que sua finalidade é a contemplação racional por parte do público.
(D) A partir do Romantismo, a Filosofia passa a definir a obra de arte como imitação, isto é, como representação harmônica das formas, dos ritmos, das cores, das palavras ou dos sons, sendo que o valor da obra é buscado no gênio criador do artista.
(E) Entre os séculos XV e XIX, entre o Renascimento e o Impressionismo, altera-se a ideia de um objeto sempre igual a si mesmo, posto para ser representado e podendo ser permanentemente comparado com a representação dele. Surge em seu lugar a ideia de um objeto que se modifica diante de nosso olhar.

QUESTÃO 28
Diante do poder despótico, gregos e romanos inventaram a política, por que.
(A) uniram a autoridade pessoal privada do chefe de família e o poder impessoal público, pertencente à coletividade, de modo que o poder passou a ser hereditário.
(B) separaram autoridade militar e poder civil, subordinando a primeira ao segundo. Isso não significa que em certos casos, como em Esparta e Roma, o poder político não fosse um poder militar, mas sim que as ações militares deveriam ser, primeiro, discutidas e aprovadas pela autoridade política e só depois realizadas.
(C) uniram autoridade religiosa e poder temporal laico, possibilitando a divinização dos governantes e a legitimação dos cultos religiosos, como os oráculos, na Grécia, e aos augúrios, em Roma - instâncias firmemente respeitadas pelo poder político.
(D) estabeleceram a autonomia da política em relação ao tempo e à ética, negando a anterioridade das questões morais e históricas na avaliação da ação política. Por outro lado, apresentaram uma moral laica, secularizada e uma noção de história de base naturalista, diferente da moral cristã.
(E) criaram a ideia e a prática da lei como expressão de uma vontade individual e soberana, a vontade do governante, definidora dos direitos e deveres, impedindo que fossem confundidos com a vontade pessoal de cada um. Assim, definem que o monopólio da força, da vingança, da violência passe para o Estado, sob a lei de direito.

QUESTÃO 29
O fato científico
(A) consiste em um método de interpretação conceitual-filosófico, posterior ao procedimento analítico.
(B) é o procedimento analítico por excelência das ciências humanas, encarregado de vincular os elementos subjetivos e objetivos de um fenômeno.
(C) ou o objeto científico são dados empíricos espontâneos de nossa experiência cotidiana, arrolados pelos cientistas para verificação e classificação estatísticas.
(D) ou o objeto científico são dados empíricos construídos pela investigação científica.
(E) demonstra, prova e prevê uma teoria científica.

QUESTÃO 30
Informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma a seguir e assinale a alternativa com a sequência correta.
( ) O trabalho das ciências pressupõe, como condição, o trabalho da Filosofia, mesmo que o cientista não seja filósofo.
( ) Admiração e espanto são atitudes filosóficas que significam: tomamos distância do nosso mundo costumeiro e, mediante nosso pensamento, como se estivéssemos acabando de nascer para o mundo e para nós mesmos, perguntamos o que é, por que é, e como é o mundo.
( ) A Filosofia pode ser considerada Ciência, é assim desde a antiguidade clássica; ambas trabalham com enunciados rigorosos, buscam encadeamento lógico entre os enunciados, operam com conceitos obtidos por procedimentos de demonstração e prova. Por isso, a Filosofia, assim como as Ciências, exige a fundamentação racional e sistemática do que é enunciado e pensado.
( ) A reflexão filosófica organiza-se em torno de três grandes conjuntos de questões: O que é pensar, falar e agir? E elas pressupõem a seguinte pergunta: nossas crenças cotidianas são ou não são um saber verdadeiro, um conhecimento?
( ) A atitude científica depende de nossos saberes cotidianos, por isso, ela não se distingue da atitude costumeira ou do senso comum. Não podemos negar ao menos duas características pressupostas a ambas as atitudes: objetividade - isto é, procuram as estruturas necessárias das coisas investigadas - e generalização - tendem a reunir numa ideia coisas e fatos julgados semelhantes, procurando estabelecer relações de causa e efeito.
(A) V - V - F - V - F.
(B) F - V - V - V - V.
(C) F - V - F - F - F.
(D) V - F - V - V - V.
(E) V - F - F - V - V.

QUESTÃO 31
Informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma a seguir e assinale a alternativa com a sequência correta.
( ) No Mito da Caverna, de Platão, aquele que atingiu a contemplação da luz e saiu da caverna, o filósofo, deve a ela retornar para libertar aqueles que ficaram e têm as sombras como única realidade. Esse retorno é voluntário e é aqui que podemos inserir a pergunta pela função social do filósofo: a interferência no social, simbolizada pela volta à caverna, caracteriza-se principalmente pela educação.
( ) É interessante notar que, ao contrário de Sócrates, e mesmo ao contrário de Platão, Descartes não manifesta nenhuma intenção expressa de interferência na sociedade. A partir da certeza absoluta de que encontrou o método e o fundamento da verdadeira filosofia, trata apenas de desenvolver seu sistema na solidão de seu retiro holandês. E, no entanto, em termos da significação da sua obra, mesmo de sua atitude filosófica, o que temos nele são simplesmente os fundamentos da civilização moderna.
( ) Sabemos que o Brasil é um país com uma débil tradição filosófica. Desde sua implantação, em meados do século XVIII, a filosofia foi ensinada de forma dogmática, carregada de uma forte filosofia tomista - tanto no ensino médio quanto posteriormente nas universidades. Dessa forma, o papel social do filósofo brasileiro tem sido, desde sua origem, meramente pedagógico, sem nenhuma envergadura política de peso.
( ) Lemos claramente nos PCNs (1999) que a função social do filósofo no ensino médio é formar futuros filósofos. Essa proposta parte do pressuposto de que o ensino médio deve ser uma transposição reduzida do currículo acadêmico. No entanto, esse documento é enfático em afirmar que, ainda que se deva partir dos conhecimentos acadêmicos, deve-se evitar o academicismo.
(A) F - V - F - V.
(B) V - V - F - F.
(C) F - V - V - V.
(D) V - F - F - F.
(E) V - V - F - V.

QUESTÃO 32
Em relação aos Parâmetros Curriculares Nacionais - Ensino Médio (1999), assinale a alternativa correta.
(A) Buscam dar significado ao conhecimento escolar mediante a compartimentação dos saberes, com o objetivo de facilitar o desenvolvimento dos conteúdos, situando o sujeito produtor de conhecimento como participante do mundo do trabalho.
(B) Não têm força de lei, são parâmetros, podem ou não ser acatados pelas escolas.
(C) Não apresentam as bases legais da reforma curricular para a área da filosofia.
(D) Carecem de uma Base Nacional Comum para a educação básica, algo imprescindível para se pensar a educação num país como o Brasil, devido à sua extensão territorial e a suas profundas diferenças regionais.
(E) Têm força de lei.

QUESTÃO 33
De acordo com o Parecer 04 CNE/CEB/98 - Diretrizes Curriculares para o Ensino Fundamental, assinale a alternativa correta.
(A) Ao definir as Diretrizes Curriculares Nacionais, a Câmara de Educação Básica do CNE inicia o processo de desarticulação dos Estados e Municípios, destituindo ainda o paradigma curricular para o Ensino Fundamental, que integrou a Base Nacional Comum nas últimas quatro décadas (cf. Parte Diversificada LDB, art. 26), passando, a partir de agora, a ser concretizado na proposta pedagógica de cada unidade escolar do País, respeitando unicamente suas características locais e o principio da individualidade - algo previsto pela própria Constituição Federal (1998), que zela pelo respeito à diversidade cultural.
(B) São o conjunto de definições não doutrinárias sobre os procedimentos na Educação Básica, em nível Fundamental, expressas pela Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação, que orientarão as escolas brasileiras dos sistemas de ensino na organização, na articulação, no desenvolvimento de suas propostas pedagógicas. Em relação aos processos de avaliação, este documento deixa claro que tal tarefa não faz parte de suas atribuições, deixando-o ao encargo do Ministério da Educação.
(C) Lemos no documento em questão que um dos mais graves problemas da educação em nosso país é sua distância em relação à vida e a processos sociais transformadores. Um excessivo academicismo e um anacronismo em relação às transformações existentes no Brasil e no resto do mundo, de um modo geral, condenaram a Educação Fundamental, nestas últimas décadas, a um arcaísmo que deprecia a inteligência e a capacidade de alunos e professores, bem como as características específicas de suas comunidades. Esta diretriz prevê uma necessária atualização de conhecimentos e valores, de forma crítica, responsável e contextualizada, em consonância especialmente com o Art. 27 da LDB.
(D) Segundo este documento, grande parte do mau desempenho dos alunos, agravado pelos problemas da reprovação, é devido à ausência de um sentimento de hierarquia na escola. A necessidade de expressar-se, comum a todos os cidadãos desta faixa etária, aliada a falta de organização hierárquica, impedem que a riqueza das múltiplas interações entre professores/ alunos, alunos/alunos, seja efetivamente revertida em prol da educação e da cidadania.
(E) Sua proposta é assegurar que os projetos pedagógicos sejam "realistas e pragmáticos", garantindo, por exemplo, "escola pobre para os pobres", ou seja, garantindo a preservação das culturas locais. Ao trabalhar a relação inseparável entre conhecimento, linguagem e afetos, as equipes docentes deverão ter a sensibilidade de integrar estes aspectos do comportamento humano e garantir sua a constituição dos grupos em si, evitando que suas tradições se percam nos aculturalismos do ambiente escolar, dentro da perspectiva de se assumir a riqueza da diversidade da grande nação brasileira, como previsto no art. 3º, inciso I, da LDB.

QUESTÃO 34
Informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma a seguir e assinale a alternativa com a sequência correta.
( ) A questão do ensino de filosofia é uma questão filosófica e não meramente pedagógica.
( ) A experiência de pensamento filosófica traz em si a marca da necessária remissão à história da filosofia.
( ) Não é qualquer pensamento que é filosófico, mas fundamentalmente o pensamento conceitual.
( ) A filosofia possui um inegável caráter dialógico.
( ) O pensamento filosófico é marcado pela crítica radical: não se contenta com o dado, não se satisfaz com a mera opinião.
(A) V - V - V - V - V.
(B) V - F - V - F - F.
(C) V - F - V - F - V.
(D) F - V - F - V - V.
(E) F - F - F - F - F.

QUESTÃO 35
Em relação às competências e habilidades a serem desenvolvidas em Filosofia, no ensino médio, é correto afirmar que estão centradas.
(A) nos conceitos de arbitrariedade e autoridade, pois existem filosofias "modelos" que são historicamente necessárias para a formação cultural do indivíduo no ocidente.
(B) nos conceito de democracia e inclusão, pois garantem o direito de todos de expressarem suas opiniões e se fazerem ouvir.
(C) no conceito de linguagem, devendo garantir ao estudante o pleno domínio da escrita filosófica e da argumentação retórica.
(D) nos conceitos de comunicação e contextualização, devendo garantir ao aluno a capacidade de elaborar por escrito o que foi apropriado de modo reflexivo e articular entre si conhecimentos das outras áreas, contextualizando-os no horizonte da sociedade científico-tecnológica.
(E) no conceito de sensibilidade e automação, devendo garantir ao aluno a capacidade de subjetivismo e universalismo, fazendo-o perceber a filosofia como "voz soberana" que aspira à explicação da totalidade, de forma automática e autóctone.

QUESTÃO 36
De acordo com o Art. 56 do ECA (1990), os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental comunicarão ao Conselho Tutelar os casos de
(A) desobediência civil por parte dos adolescentes.
(B) aglomeração indevida e alterações comportamentais injustificadas.
(C) furto e desordem.
(D) maus-tratos envolvendo seus alunos; evasão escolar e elevados níveis de repetência.
(E) alcoolismo e desordem.

QUESTÃO 37
Em relação ao ECA (1990), é correto afirmar que
(A) não garante os direitos civis das crianças e adolescentes, mas sim seus direitos humanos e sociais.
(B) trata apenas do caso de crianças e adolescentes em situação irregular ou inadaptados.
(C) deixa claro que crianças e adolescentes não são sujeitos de direitos, mas sim pessoas em fase de desenvolvimento.
(D) concede o direito ao adolescente maior de 14 anos ao trabalho noturno (entre às 22 horas e às 5 horas da manhã do dia seguinte).
(E) garante ao público infanto-juvenil, sem exceção, os direitos fundamentais e responsabiliza toda a sociedade pela criação das condições necessárias ao cumprimento desses direitos.

QUESTÃO 38
Em relação à nova LDB (9.394/96), assinale a alternativa INCORRETA.
(A) O Art. 36 - II estabelece que o currículo do ensino médio observará a seguinte diretriz: adotará metodologias de ensino e de avaliação que estimulem a iniciativa dos alunos.
(B) No inciso VI do artigo 24, fixa-se a frequência mínima em 75% do total de horas letivas para a aprovação. Tal percentual representa uma valorização da forma escolar, não se admitindo na atual LDB, a possibilidade, para efeito de aprovação, de um aproveitamento elevado substituir o percentual de frequência mínima, como na lei 5.692/71.
(C) O Art. 21 estabelece que a educação escolar compõe-se unicamente da educação básica, formada pelo ensino fundamental e ensino médio. Trata-se de um retrocesso se comparada à lei anterior, que estendia a educação básica do ensino infantil ao universitário.
(D) Lemos no § 4º do Art. 26 que o ensino da História do Brasil levará em conta as contribuições das diferentes culturas e etnias para a formação do povo brasileiro, especialmente das matrizes indígena, africana e europeia.
(E) Segundo o artigo 2º, a educação, dever da família e do estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

QUESTÃO 39
Lemos, na Constituição Federal (1988), no Capítulo III - Da Educação, da Cultura e do Desporto, Seção I - Da Educação, Art. 214, que a lei estabelecerá o plano nacional de educação, de duração plurianual, visando à articulação e ao desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis e à integração das ações do poder público que conduzam a vários benefícios aos cidadãos. NÃO fazem parte desses benefícios a
(A) erradicação do analfabetismo.
(B) politização do cidadão por meio de material didático especializado.
(C) melhoria da qualidade do ensino.
(D) formação para o trabalho.
(E) promoção humanística, científica e tecnológica do País.

QUESTÃO 40
Em relação à lei 10.639, de 2003, assinale a alternativa correta.
(A) O conteúdo programático a que se refere a lei estabelece o estudo da História e Cultura dos negros no Brasil, ou seja, a lei é clara ao estabelecer que o resgate da contribuição do povo negro deverá ser feito privilegiando os aspectos nacionais e não aqueles relacionados à História da África.
(B) O movimento negro deixou claro desde o inicio que não apoia esta lei porque não concorda que ela estabeleça apenas o dia 20 de novembro (Dia Nacional da Consciência Negra) como data comemorativa. Insistem que o dia 13 de março também seja instituído como feriado nacional, por se tratar da data da abolição da escravidão no Brasil (Lei Áurea).
(C) A lei deixa claro que os conteúdos referentes à História e a Cultura Afro-Brasileira serão ministrados unicamente na disciplina de História, garantindo a especificidade curricular tanto da disciplina em si quanto em relação à formação do professor que ministrará essas aulas.
(D) A lei estabelece que apenas nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio oficiais, ou seja, públicos, torna-se obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira.
(E) Os conteúdos referentes à História e Cultura Afro-Brasileira deverão ser ministrados no âmbito de todo currículo escolar, em especial, nas áreas de Educação Artística e de Literatura e História Brasileiras.

GABARITO:
21A
22C
23A
24C
25E
26D
27E
28B
29D
30A
31B
32B
33C
34A
35D
36D
37E
38C
39B
40E

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