segunda-feira, 1 de abril de 2013

                                                QUESTÕES DE PORTUGUÊS

Com base no texto, responda às questões 1 e 2.
Vai dar pra nadar no Tietê um dia?
Provavelmente, não. Mesmo que a despoluição seja um
sucesso, dar um tibum no Tietê continuará sendo uma
aventura arriscada. Estamos falando, claro, da região em
que o rio é um tremendo nojo, próximo à cidade de São
Paulo. Depois de 300 quilômetros, em Barra Bonita, a
autodepuração natural do rio já consegue eliminar boa
parte das impurezas, e a galera nada no Tietê sem
problemas. Pelas bandas da capital, as braçadas seguirão
proibidas por uma razão bem simples: sairia muito caro
limpar o rio para a natação.
Giovana Tizian, portal de perguntas Mundo Estranho da revista
SUPERMUNDO. Trecho adaptado e disponível em
http://mundoestranho. abriI. com. br/ambiente/pergunta_287238.shtm;
acesso em 12.05.09. 1 A
Em relação ao sentido estabelecido por determi nadas
escolhas de palavras, é válido considerar que
a) o adjetivo claro com valor circunstancial de opinião e
os substantivos tibum e galera assi nalam
informalidade para estabelecer apro ximação com o
leitor.
b) a escolha do adjetivo claro e dos substantivos tibum e
galera deve-se à idade de quem escreve e de quem lê.
c) a interjeição claro e os substantivos tibum e galera são
empregados para distanciar-se da informalidade.
d) a interjeição claro e os substantivos tibum e galera
conferem formalidade ao texto e estabelecem
aproximação com o leitor.
e) o adjetivo claro, a onomatopéia tibum e o subs tantivo
galera pertencem ao registro formal e conferem
clareza ao texto.
Resolução
Claro (forma reduzida da expressão é claro), tibum e
galera são coloquialismos típicos da língua portuguesa
falada por jovens em registro informal. A utilização
desse tipo de léxico na escrita visa, evidentemente, a
conferir informalidade ao texto e, assim, “estabelecer
aproximação com o leitor”.
2 C
Em relação ao emprego da conjunção “e” [sublinhada no
texto] e da pontuação, é correto afirmar que essa
conjunção
a) assume valor de elemento meramente somatório e
introduz oração com sujeito igual ao da oração
anterior; portanto a colocação da vírgula antes da
conjunção está errada.
b) liga duas orações e introduz oração com idéia de
concessão; portanto a vírgula antes da conjunção e está
correta.
c) introduz oração com sujeito diferente do da oração
anterior e, além de adição, confere à segunda oração
valor de conseqüência; portanto a vírgula antes da
conjunção e está correta.
d) introduz oração com sujeito diferente do da oração
anterior e interliga duas orações com idéia de
finalidade; a vírgula deveria estar colocada depois da
conjunção e.
e) estabelece valor meramente somatório e introduz
oração com sujeito igual ao da anterior; portanto a
vírgula deveria estar assinalada depois da conjunção e.
Resolução
O emprego da vírgula antes do e se justifica pelas
razões expostas na alternativa c: além da mudança de
sujeito (o da primeira oração coordenada pelo e é
“autodepuração natural do rio”, o da segunda é “a
galera”), há o sentido de consequência na relação
entre a limpeza do rio (1.a oração) e a possibilidade de
nadar nele (2.a oração). (Se o sujeito das duas orações
fosse o mesmo e se a relação da segunda com a
primeira fosse puramente aditiva, a vírgula não se
justificaria.)

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Com base nos textos, responda às questões 3 e 4.
Roseana faz mar de promessas
A um ano e meio das eleições de 2010, a nova
governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB),
aproveitou ontem o clima de campanha, na posse do
secretariado, para anunciar um mar de promessas. Com
apenas 20 meses de governo pela frente, ela prometeu de
tudo um pouco: iniciar as obras da refinaria da Petrobrás
no Estado, construir uma siderúrgica, reformar hospitais
e escolas, aplicar um choque administrativo na área de
saúde, construir 73 mil novas moradias, criar o bolsauniversidade,
dar melhor salário aos policiais militares,
reequipar a Polícia Civil, apoiar a agricultura familiar e
incentivar a cultura do Estado.
Eugênia Lopes, Estado de S.Paulo, 21 de abril de 2009.
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Texto de Ubiratan de Lemos – Fotos de Indalécio Wanderley
Provas de Tenório a caminho da Justiça
HÁ poucos dias, o Tenente Bandeira entregou ao De pu -
tado Tenório Cavalcanti um “dossier” de fatos e co men -
tários. São retalhos dispersos de suas memórias de cadeia.
Revista O Cruzeiro, 24 de outubro de 1959

3 E
As expressões “mar de promessas” e “mar de lama” têm,
respectivamente, o sentido de
a) advertir sobre a grande quantidade de eleições e
apresentar os vários inocentes envolvidos no caso de
1959.
b) indicar a excelente qualidade do clima de campanha e
denunciar a falta de ética na campanha de desmo rali -
zação.
c) prometer coisas degradantes e testemunhar a favor de
um inocente.
d) realizar uma grande quantidade de obras na posse do
secretariado e reunir muitos teste munhos degradantes
contra um inocente.
e) indicar a grande quantidade de futuras realiza ções
prometidas pela candidata e denunciar a intensa
campanha de desmoralização contra Tenório.
Resolução
Ambas as expressões em questão são metafóricas e
hiperbólicas: a hipérbole – ou metáfora exagerada – está
na imagem do mar para indicar uma grande quantidade;
a metáfora propriamente dita está na substituição, por
similaridade, de difamação por lama (em ambos há o
sentido de “sujeira, impureza”). As promessas, no caso
da política e da situação mencionadas, referem-se às
“futuras realizações” anunciadas, não pela “candidata”,
como está na alternativa c, mas pela “governadora”, como
consta na notícia reproduzida. Apesar desta imprecisão,
não há alternativa melhor.
4 B
No início dos textos, os trechos “A um ano e meio" e “HÁ
poucos dias" indicam, respectivamente,
a) existência de muito tempo e de pouco tempo.
b) tempo futuro e tempo decorrido.
c) tempo passado e tempo a decorrer.
d) tempos prometidos e tempos cumpridos.
e) tempo de promessas e tempo sem retorno.
Resolução
Trata-se do uso da preposição a para indicar tempo
futuro e do verbo haver, empregado impessoalmente
(há), para indicar tempo passado.

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Água perigosa
O surfista sul-africano Frank Solomon participa de evento
em ondas gigantes realizado ontem, em Dungeons, na
Cidade do Cabo, na África do Sul, até o ano passado
palco do principal torneio da modalidade no continente.
5 D
As três primeiras vírgulas no trecho em destaque foram
empregadas para separar elementos que
a) não exercem a mesma função sintática. No caso, esses
elementos são, respectivamente, objeto direto, objeto
indireto e adjuntos adverbiais – um de tempo e um de
lugar.
b) não exercem a mesma função sintática. No caso, esses
elementos são, respectivamente, adjuntos adverbiais –
um de modo, um de lugar e dois de tempo.
c) exercem a mesma função sintática. No caso, esses
elementos são, respectivamente, adjuntos adverbiais –
um de lugar e três de tempo.
d) exercem a mesma função sintática. No caso, esses
elementos são, respectivamente, adjuntos adverbiais –
um de tempo e três de lugar.
e) exercem a mesma função sintática. No caso, esses
elementos são, respectivamente, adjuntos adverbiais
de tempo.
Resolução
As circunstâncias indicadas pelos adjuntos adverbiais
em questão são evidentemente de tempo (quando:
“ontem”) e de lugar (onde: “em Dungeons, na Cidade
do Cabo, na África do Sul”).

6 B
Retórica dos namorados, dá-me uma comparação exata
e poética para dizer o que foram aqueles olhos de Capitu.
Não me acode imagem capaz de dizer, sem quebra da
dignidade do estilo, o que eles foram e me fizeram. Olhos
de ressaca? Vá, de ressaca. É o que me dá idéia daquela
feição nova. Traziam não sei que fluido misterioso e
enérgico, uma força que arrastava para dentro, como a
vaga que se retira da praia, nos dias de ressaca. Para
não ser arrastado, agarrei-me às outras partes vizinhas,
às orelhas, aos braços, aos cabelos espalhados pelos
ombros; mas tão depressa buscava as pupilas, a onda que
saía delas vinha crescendo, cava e escura, ameaçando
envolver-me, puxar-me e tragar-me.
O trecho acima é do romance Dom Casmurro, de
Macha do de Assis. Nele, o narrador, ao descrever os olhos
de Capitu, na busca da melhor expressão receia quebrar a
dignidade do estilo. A leitura do texto permite-nos afirmar
que houve quebra da dignidade do estilo?
a) Sim, porque a comparação utilizada não apresenta re -
feren tes concretos.
b) Não, porque o texto é figurado e constrói-se, dominan -
temente, a partir da metáfora.
c) Sim, porque a profusão de figuras deixa o estilo frouxo
e pouco literário.
d) Não, porque somente a força metonímica garante o
estilo poético do texto.
e) Não, porque tanto a comparação quanto a hipérbole e
o pleonasmo presentes, enriquecem a expressão.
Resolução
“Olhos de ressaca” é metáfora porque estabelece
relação de semelhança entre um termo real, os olhos,
e um termo ideal (porque empregado para dar uma
ideia do termo real), a ressaca marítima. O texto se
desenvolve com o desdobramento dessa metáfora em
outras metáforas como fluido, força, arrastar, agarrar.

7 D
Sobre Vidas Secas, de Graciliano Ramos, a crítica tem
afirmado que, além de ser o mais humano e comovente de
seus livros de ficção, é o que contém maior sentimento
da terra nordestina. Considerando essa obra como um
todo, indique a alternativa cujo enunciado NÃO é
pertinente.
a) É uma novela cuja estrutura se compõe de quadros
justapostos, dos quais o final sugere um novo começo.
b) É a narrativa de uma história sem tempo especifica -
mente definido.
c) É uma obra em que não está presente a trama tradi -
cional com todos os mecanismos de clímax e anticlí -
max.
d) É uma narrativa desenvolvida em primeira pessoa,
constituída quase toda de monólogos interiores e onde
as personagens não passam de simples figurantes.
e) Cada capítulo enfoca prioritariamente uma persona -
gem, embora todas pertençam ao mesmo meio.
Resolução
Diferentemente do que se afirma na alternativa d,
Vidas Secas é uma narrativa de terceira pessoa, sendo
o texto do narrador entrecortado de trechos em
discurso indireto livre que reproduz o discurso
interior das personagen

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