sexta-feira, 5 de abril de 2013


A química dos cheiros e perfumes

Créditos: Evandro M. de Oliveira*
Fabrício M. de Oliveira**
www.vestibulandoweb.com.br
    O primeiro ponto a ser discutido com relação a cheiro, diz respeito à intensidade dos mesmos. Podemos notar facilmente que algumas espécies de plantas liberam substâncias que têm um forte aroma, enquanto que o aroma de outras só pode ser notado quando bem próximos.
Esta diferença de intensidade dos aromas é explicada devido às interações intermoleculares que ocorrem nas substâncias presentes nas flores. Compostos que apresentam fracas interações intermoleculares tendem a ser mais voláteis, apresentando, portanto, maior pressão de vapor. Cabe lembrar aqui, que pressão de vapor é a pressão exercida por um vapor quando este está em equilíbrio com o líquido que lhe deu origem. Logo, podemos concluir que maior a pressão de vapor, maior a tendência das moléculas escaparem do líquido e, portanto, mais voláteis.
Voltando ao caso das espécies de plantas, aquelas que apresentam substâncias mais voláteis tendem a ser notadas a maiores distâncias, chegando aos nossos órgãos sensitivos mais rapidamente.
Mas, e no que diz respeito à percepção destes compostos pelo organismo humano, precisamos estar cientes de que o olfato não é o melhor de nossos sentidos. À medida que os primatas evoluíram e surgiu a espécie humana, a sensibilidade do olfato diminuiu. Entre todos os primatas, seres humanos são os que mais possuem glândulas produtoras de odores, sendo capazes de discernir talvez 10 mil ou mais cheiros diferentes. Entretanto, somos entre 10 e 20 vezes menos sensíveis no que diz respeito ao olfato quando comparados a um cachorro, e ainda mais comparados a um rato.
         perfumes e cheiros
Quando sentimos um o cheiro de uma laranja, por exemplo, diversas terminações são estimuladas pelas diferentes substâncias liberadas pela casca da fruta e conduzidas para o cérebro. Agora, os “bits” de informação serão reunidos e analisados, e comparados com informações prévias armazenadas na memória, permitindo a identificação do cheiro.
Estes quimioreceptores (cílios de células sensoriais) presentes na mucosa nasal enviam o estímulo ao nervo olfatório e, daí, o estímulo chega a uma área do encéfalo denominada bulbo olfatório. Os estímulos que chegam a esta região são organizados e conduzidos por circuitos específicos de neurônios para diversos centros cerebrais, entre os quais se encontra o sistema límbico, uma das áreas mais importantes no processamento das emoções, sexualidade e desejo. Essa conexão entre o bulbo olfatório e o sistema límbico constitui uma via muito mais rápida de transmissão do estímulo do que a percorrida pelas informações visuais ou auditivas.
*Evandro M. de Oliveira é Bacharel e Licenciado em Ciências Biológicas pela UFV-MG, e Pós-Graduado em Biologia pela UFLA-MG. Professor do Ensino Médio e Pré-Vestibulares desde 1988.
** Fabrício M. de Oliveira é Bacharel e Licenciado em Química pela UFV-MG, Mestre em Agroquímica pela UFV-MG e Doutorando em Agroquímica pela UFV-MG.
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