A química dos cheiros e perfumes
Créditos: Evandro M. de Oliveira*
Fabrício M. de Oliveira**
www.vestibulandoweb.com.br
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O primeiro ponto a ser discutido com relação a cheiro,
diz respeito à intensidade dos mesmos. Podemos notar facilmente que
algumas espécies de plantas liberam substâncias que têm um forte aroma, enquanto que o aroma de outras só pode ser notado quando bem próximos.
Esta diferença de intensidade dos aromas
é explicada devido às interações intermoleculares que ocorrem nas
substâncias presentes nas flores. Compostos que apresentam fracas
interações intermoleculares tendem a ser mais voláteis, apresentando,
portanto, maior pressão de vapor. Cabe lembrar aqui, que pressão de
vapor é a pressão exercida por um vapor
quando este está em equilíbrio com o líquido que lhe deu
origem. Logo, podemos concluir que maior a pressão de vapor, maior a
tendência das moléculas escaparem do líquido e, portanto, mais voláteis.
Voltando ao caso das espécies de plantas,
aquelas que apresentam substâncias mais voláteis tendem a ser notadas a
maiores distâncias, chegando aos nossos órgãos sensitivos mais
rapidamente.
Mas, e no que diz respeito à percepção
destes compostos pelo organismo humano, precisamos estar cientes de que o
olfato não é o melhor de nossos sentidos. À medida que os primatas
evoluíram e surgiu a espécie humana, a sensibilidade do olfato diminuiu.
Entre todos os primatas, seres humanos são os que mais possuem
glândulas produtoras de odores, sendo capazes de discernir talvez 10 mil
ou mais cheiros diferentes. Entretanto, somos entre 10 e 20 vezes menos
sensíveis no que diz respeito ao olfato quando comparados a um
cachorro, e ainda mais comparados a um rato.
Quando sentimos um o cheiro
de uma laranja, por exemplo, diversas terminações são estimuladas pelas
diferentes substâncias liberadas pela casca da fruta e conduzidas para o
cérebro. Agora, os “bits” de informação serão reunidos e analisados, e
comparados com informações prévias armazenadas na memória, permitindo a
identificação do cheiro.
Estes quimioreceptores (cílios de células
sensoriais) presentes na mucosa nasal enviam o estímulo ao nervo
olfatório e, daí, o estímulo chega a uma área do encéfalo denominada
bulbo olfatório. Os estímulos que chegam a esta região são organizados
e conduzidos por circuitos específicos de neurônios para diversos
centros cerebrais, entre os quais se encontra o sistema límbico, uma das
áreas mais importantes no processamento das emoções, sexualidade e
desejo. Essa conexão entre o bulbo olfatório e o sistema límbico
constitui uma via muito mais rápida de transmissão do estímulo do que a
percorrida pelas informações visuais ou auditivas.
*Evandro M. de Oliveira é Bacharel e
Licenciado em Ciências Biológicas pela UFV-MG, e Pós-Graduado em
Biologia pela UFLA-MG. Professor do Ensino Médio e Pré-Vestibulares
desde 1988.
** Fabrício M. de Oliveira é Bacharel e
Licenciado em Química pela UFV-MG, Mestre em Agroquímica pela UFV-MG e
Doutorando em Agroquímica pela UFV-MG.
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